26.12.08

O café e a vontade.

Eu sinto vontade de tomar café quando estou aqui, no trabalho. Não sei se é o cheiro da copa, o apelo da profissão ou a falta de algo no estômago. A questão é que não gosto de café, portanto não entendo essa vontade. Gosto dele com leite, assim, meio a meio, nem mais de um, nem menos de outro. Mas nunca me encantei com o cheiro do café. Até confesso que me incomoda as vezes. Mas aqui, estranhamente, eu sinto vontade. Eu sinto o cheiro e saboreio a sensação. Esse querer nunca foi satisfeito, mais pelo fato de saber que não gosto do que por qualquer outro motivo. Talvez seja uma mudança. Talvez eu deva ceder. Mas no fim, me satisfaço sentindo o cheiro. Fico com a vontade. Ela me parece muito mais gostosa do que o café no seu estado físico.

16.12.08

Angústia

Hoje não sou suficiente a mim.

13.10.08

Maria Flor

Maria Flor se sentia perto de tudo. Perto do chão. Perto do céu. Perto, inclusive, da distância.
Maria Flor pensava que tudo na vida era simples. Desde que não se perdesse o controle sobre si mesmo e junto disso, a cabeça.
Maria Flor viajava o mundo inteiro enquanto durmia e tinha uma história para cada cantinho do planeta por onde ela passou.
Maria Flor queria se chamar Margarida. Mas uma dia parou pra pensar e percebeu que poderia ser chamada pelo nome de qualquer uma das flores existentes. E isso vai de Cravo a Rosa, dependendo do humor dela.
Maria Flor costumava sorrir mais do que chorar. Via graça em tudo. Não por deboche, mas por beleza. O mundo fazia questão de ficar bonito para ela.

7.10.08

Carta.

Eu preciso escrever pra você. Sobre o mundo, sobre mim.
Queria escrever pra você e me entender.
As coisas têm acontecido depressa demais, não consigo acompanhá-las e analisá-las ao mesmo tempo.
O tempo se reduz ao necessário, às vezes nem isso. Eu estudo, eu trabalho, eu me irrito; e isso consome todo tempo dos meus dias. E geralmente tudo me irrita. As pessoas me irritam. E como irritam, mesmo sem se esforçarem pra isso. Além delas, o trânsito, o trabalho, as conversas, o calor, o mau-gosto... tudo me irrita, inclusive eu mesma e a maneira como eu ajo diante das situações.
Como eu me decepciono comigo! Na maioria das vezes, com as coisas que eu não fiz, não falei, não quis. Nada daquela hipócrita frase: “só me arrependo do que não fiz”. Muito pelo contrário. Me arrependo de muitas coisas que faço, de muitas coisas que penso. Mas a verdade é que deixo de fazer muitas coisas e é exatamente esse pensar e não fazer que me irrita. Na maioria das vezes não faço, não falo, me calo e brigo com isso, comigo. Quem vê nem percebe, acha que não tenho nada a dizer. Mas eu tenho e são muitas coisas, interessantes, sabe? Mas poucas são as pessoas que sabem disso.
Às vezes sinto que não pertenço a esse mundo, que caí aqui por acaso. Acho que é por isso que nem sempre me encaixo. Esse mundo não me pertence, sinto como se tivesse invadindo ele.
Precisava escrever pra você, seja você quem for, mesmo que não seja ninguém.

Retrato de uma brasiliense.

Ela estava atrasada, como sempre. Vestiu a roupa correndo, engoliu uma fatia de pão às pressas e procurou a bolsa em meio à bagunça que estava em cima do sofá da sala. Apertou o botão do elevador no mínimo cinco vezes e vendo que alguém estava segurando no quarto andar, resolveu, muito irritada, descer de escada; morava no primeiro andar, mas descer 50 degraus de salto alto era o fim.
Na garagem, percebeu que alguém tinha arranhado o carro. “É meu dia de sorte!” pensou. Mas não tinha muito tempo para pensar, deixou o arranhado pra lá e entrou no carro. Passou por uma quadra, nada de engarrafamentos. Quando olhou bem à frente estava lá, a multidão de carros parados um atrás do outro, só esperando que ela se juntasse ao grupo.
No sinal, o menino que fazia malabarismo pediu um trocado. Do modo mais educado que conseguiu, disse: “sai menino, meu humor não está bom hoje”. E assim foi, lenta e irritadamente, até desaguar na Esplanada do Ministérios. “São seis faixas, não é possível que engarrafe”. Sempre pensava isso, mesmo sabendo que as seis faixas nunca eram suficientes para quantidade de gente que andava de carro em Brasília. Ela não entendia porque em cada carro havia apenas uma pessoa. “Se cada carro fosse ocupado por cinco pessoas, haveria menos da metade de veículos que estão aqui hoje”. Era uma coisa que a irritava, essa falta de compreensão das pessoas.
Passou pela Torre de TV e nem percebeu que o céu estava artisticamente pintado de nuvens. Aliás, nem sequer olhou para o jornal que o rapaz vendia. Na manchete, um assassinato na quadra onde morava. Ela não sabia e nem estava interessada em saber, só queria ter um tipo de carro com pneus gigantes para passar em cima de todos aqueles carros que estavam empacando seu caminho.
Enfim, chegou ao seu destino: Congresso Nacional. Uma hora de atraso. Uma bronca do chefe. Ela tinha cargo comissionado. Seu trabalho era apresentar o prédio aos turistas que queriam conhecer a capital do país. O primeiro grupo já estava esperando e ao passar envergonhada entre eles, ouviu uma conversa: “As pessoas de Brasília são tão frias, não costumam dar um simples bom dia!”. Sem dizer nada, contestou: “Esses turistas generalizam tudo. Nem todos brasilienses são tão arrogantes assim”.

15.9.08

Boas vindas.

8 meses e 6 semanas. Foi esse o tempo que aquele bebê precisou pra ficar maduro e resolver abandonar o ventre materno pra conhecer, enfim, o tão comentado mundo real. Logo naquela sengunda-feira de caos no hospital, naquele dia que o sistema de saúde público não quis funcionar. Não havia cama no hospital, não o suficiente pra uma mulher em trabalho de parto poder deitar e sentir suas dores de modo digno. Por isso ela estava lá, em plena segunda-feira, fora do hospital esperando a sogra buscá-la pra ir a outro local onde ela e o futuro cidadão brasileiro fossem bem vindos.

21.7.08

...

Barafunda.
Minha vida tem sido uma grande barafunda.
Eu, péssima em guardar o caminho pros lugares, perdi a saída.
E não tem uma alma viva que possa me indicar pra onde fica.

29.6.08

Futuro do .Pretérito Perfeito.

Eu não faria nada. Nada que me tirasse da mesmisse de sempre. Nada que me deixasse tonta sem saber o que fazer depois.
(Mas eu fiz)
Eu nunca ficaria. Não ficaria mesmo se você me pedisse para ficar. Não ficaria mesmo se me parecesse interessante. Não ficaria só pra ver o que aconteceria se eu ficasse.
(Mesmo assim fiquei)
E se por acaso eu ficasse eu te amaria. Amaria por curiosidade. Logo a curiosidade passaria e eu não te amaria mais.
(Ainda assim amei)
Sem mais, eu sumiria. Da sua vista eu sumiria. Você ficaria cego. E eu, seca de sede, voltaria.
(Sumi. Voltei)
Eu correria mais depressa. Se eu pudesse voltar eu correria mais depressa. Pra te encontrar de novo eu correria mais depressa.
(Corri e te encontrei)
E então eu ficaria, eu te amaria.
(Fiquei e novamente amei)
Mas eu não deveria ter pressa, não poderia ter pressa. Te encontrar seria um erro porque você não ficaria comigo e não me amaria mais. Enfim, tudo logo teria um fim. E eu preferiria adiá-lo, até o dia que ele desistiria de chegar e aí sim nós poderíamos ficar.
(Mas eu errei
Você não ficou, não me amou.
E o fim, enfim, chegou.)

31.5.08

Um dia desses.

Um dia desses vou-me embora.
Quando tudo parecer menos complicado.
Vou embora com quem quiser ir comigo.
Quem quiser ficar, que fique.
Não quero mais ficar no meio da confusão.
E eu vou pra onde me der vontade.
Pra onde o vento soprar.
Pra onde tiver um mar,
um barco
ou uma cabana.
Eu vou,
num dia de Sol, com lágrimas nos olhos.
Vou feliz,
viver os sonhos que eram apagados da minha mente quando o despertador tocava.
Vou com uma máquina fotográfica numa mão e um bloco de papel na outra.
Vou pro mundo, vou pra onde eu vim, vou pro que realmente me importa.
Um dia desses.

Três.

Vocês duas.
Nós três.
E uma Saudade.

19.5.08

Um minuto só.

Me dá só um minuto?
Um minutinho só.
Sei que o mundo vai cobrar esses preciosos 60 segundos depois,
mas eu preciso disso.
Preciso digerir isso,
digerir minha vida inteira
e tudo que ela têm sido.
Preciso que minha mente pare de girar
e minha cabeça de doer.
Por um minuto - que tudo pare.
Um minuto só
Um momento só.

3.5.08

Dois Estranhos e o Acaso.



Ele é o tipo de pessoa que atrái as outras
não por ser bonito ou simpático,
mas por ser interessantemente chato.

Ela é o tipo de pessoa que não chama nem um pouco atenção,
não por ser sem graça ou comum,
mas por escolha, nem sempre tão optativa assim!

O acaso, numa de suas horas entediantes, viu essas duas pessoas tão diferentes e resolveu que iria juntá-las pra passar o tempo. E não é que se surpreendeu, foi uma junção completamente divertida.

Ele gostava de estar com ela e ela gostava de estar com ele, mas demoraram um bom tempo pra demonstrarem isso um ao outro. E é assim até hoje, depois de 8 anos dessa amizade estranhamente engraçada, essa amizade que resistiu até a seca do nordeste e que, pelo que parece, vai resistir a qualquer coisa que o acaso se prestar a colocar no caminho deles dois. Porque não é mais questão de acaso, é questão de querer. E isso eles querem.

1.5.08

Jazz, Vinho e Sentimentos.

Chegou em casa depois de um dia cheio. Já era tarde e ela só queria a segurança da sua casa.
Jogou a bolsa no sofá, tirou os sapatos e foi até a velha vitrola herdada do avô. Pegou um disco de jazz, tirou-o da capa e colocou-o na vitrola. Depois de um breve chiado sentiu a música ecoando pelo interior do apartamento, foi tomada por uma sensação de nostalgía.
Foi à cozinha e pegou uma taça de vinho doce e voltou à sala, sentou no sofá, deu um gole e então começou a chorar, um choro suave, sem dor. Fechou os olhos e viu sua antiga casa, tão distante, tão colorida; viu a mãe na cozinha e o pai no quintal, o irmão andando de bicicleta na rua. Essa imagem tão corriqueira nunca se mostrou tão significante para ela. Abriu os olhos e se perguntou o que a fez querer sair de lá, daquele tempo, daquele lugar.
Tomou um gole do vinho e respirou fundo, não queria se arrepender, estava longe mas havia conseguido tudo que antes era desejo. Devia se sentir feliz por estar em outro país, ter o emprego de seus sonhos, um apartamento e a moto que tanto queria. Mas a solidão daquele momento não a deixava se sentir assim. Os amigos estavam em casa, com suas família e seus outros amigos. Ela estava em sua casa, com sua vitrola e seu copo de vinho.
Levantou e foi até a varanda. Era um apartamento no 11º andar. A visão que se tinha ali daquela cidade era inquestionávelmente linda. E olhando pra ela, sorriu, um sorriso suave, ligeiramente contente. Percebeu o motivo de querer tanto estar ali.
Entrou, fechou a cortina, deitou no sofá e, sem perceber, durmiu. A música ecoava pelo apartamento, ecoava pela cidade e os mútiplos sentimentos causados por aquela melodia dançavam, todos em perfeita harmonia.

21.4.08

As queridas panelas.


Ela lavava as penelas com tanto carinho.
O carinho que nem os filhos dela recebiam de suas mãos.
Movimentos suaves com uma bucha macia que era pra não arranhar o alumínio.
Cada parte de uma vez até que tudo estivesse limpo e pronto pra ser enxaguado.
Sem pressa.
Com paciência e sutileza.
Era assim que ela lavava suas panelas.
Pra despejar os montes de carinho que ela não conseguia demonstrar por ninguém.

5.4.08

Rafael.

Eu preciso gritar pro mundo, coisa que quase nunca faço, e correr o risco de parecer uma maria bocó e apaixonada.
Preciso te dizer e ter o mundo como testemunha.
Você é exatamente o que eu quero.
Estranhamente, é você!
O cara que apareceu na minha vida sem nenhuma pretensão, sem intenção, e se tornou simplismente a melhor parte dela.
Hoje eu tô aqui explodindo de amor.
Me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo por ter você comigo.
Sentindo meu peito aberto, meu coração feliz.
Eu quero o mundo inteiro com você, meu bem.
Eu quero você e o mundo inteiro.
Ou quero você, mesmo sem o mundo.
O mundo é só complemento.
Você é exatamente o que eu quero, por esse momento, pra vida toda.
Estranhamente, é você.
Obviamente, você!

realmente Vida.

Entre o desespero e a extrema felicidade.
É nesse meio que me sinto nesse momento.
Na verdade não é no meio. É nos dois ao mesmo tempo.
Me sinto liberta. Gosto de me sentir assim.
Me faz sair do monte de sentimentos e sensações mortas que sinto todos os dias.
É isso que eu quero pra mim.
Sentir as coisas ao extremo, eu preciso sentir as coisas assim.
Preciso de paixão, preciso ter vontades que ultrapassem o que é possível.
Preciso me libertar do que me faz mal.
Do que me prende na minha vida medíocre.
Que só tem planos e nenhum sonho insano, nenhum ato inconsequente!
Eu quero sentir a vida. A vida de verdade.
Não quero deixar o mundo me tornar o que eu menos quero ser.
Eu quero essa felicidade desesperada.
É a melhor das sensações. Acredite!

16.3.08

O Peso da Alma.

Ele tava lá, sentado no chão, criando. Fazia algum tipo de artesanato usando um monte de coisas que todo mundo usa todo dia. Mas ele era diferente, ele via beleza naquelas coisas que a gente nem costuma mais olhar.
Ele tava lá e eu senti tanta vontade de ir lá conversar com ele, falar da angústia que tem me apertado por dentro.
Ele parecia tão simples e tão bem.
E eu me sentia mal e perdida, confusa.
Eu vi nele tudo que um dia eu quero ser. Eu vi liberdade.
Eu queria ir lá, mas não tive coragem. Senti vontade de chorar.
Só queria que ele soubesse que eu o admirei. Admirei a liberdade que aparentava ter e a força que transpassava.
Queria aquele sossego todo e aquela certeza do que se é.
Queria que minha alma flutuasse como a dele flutuava, pra ter um momento de paz, de leveza, de felicidade.
Porque as almas só se sentem realmente felizes quando nada pesa sobre elas.
E o peso que tenho sentido sobre a minha tem me deixado um tanto descontente.

24.2.08

Comodismo [nada] Revoltante.

_ Eu não suporto mais, sabia?
_ Não suporta o que, mulhé?
_ Ah... tudo!
_ Nossa, você é tão específica, ein!
_ Você sabe, caramba! A vida, o mundo, as pessoas; sei lá, cansei!
_ Assim, cansou e pronto?
_ É!
_ Tá, mas o que você pretende fazer quanto a isso?
_ Não sei ainda.
_ Ah, sejamos realistas! Você não fará nada.
_ É, provavelmente!
_ He, foi o que pensei.

22.2.08

Reorganizar.

A sutíl expectativa de antes já virou agora. Um agora bem desorganizado, diga de passagem. O início das coisas sempre é meio turbulento, ao menos pra mim. É quando você dá de cara com tudo aquilo que você idealizou, podendo ficar ou não satisfeito. Me sinto meia perdida. Tanto física como mentalmente: mudança de bloco, matérias específicas; não mais a mamata de 1º semestre. O que eu preciso é me organizar. Conciliar novidades à velhos hábitos e prazeres. Porque se não, meu amigo, eu vou acabar é não aproveitando nenhum dos dois!

15.2.08

Vento de Saudade.

De vez em quanto bate um vento que vem de longe. Um vento de saudade. Que sopra nos olhos e os fazem lacrimejar. E com ele vem um vento de lembranças. Que mexe com o agora, mesmo que tenha acabado antes. Lembranças de momentos bons, porque os momentos ruins a gente esquece. Aí dá uma vontade de dar um pulinho lá no passado só pra matar, sem dó, essa saudade. Ou às vezes até ficar por lá mesmo. Mas ficando por lá, bateria uma saudade do futuro. O que daria uma confusão danada! Por isso é melhor só fazer uma visitinha mesmo. Como se fosse possível isso de ir e voltar no tempo quando bem se entende! O máximo que podemos fazer é deixar pra lá. E esperar esse vento passar.

14.2.08

A Grande Farça.

Eu sempre tentei não me importar, ou parecer não me importar com as coisas.
Sempre fingi estar tudo bem. Não pra mostrar pros outros, mas pra mim mesma. Pra tudo estar em paz na minha vida. Nenhuma anormalidade. Nada fora do lugar.
Sempre fingi aceitar muito bem o fato dos meus pais terem, ou acharem que têm, um poder absoluto sobre minha liberdade.
Sempre fingi não ligar muito por ter poucos amigos, e ver os poucos se afastarem. Finjo que não dói quando eles desmarcam ou não fazem questão.
Sempre fingi não detestar o suficiente certas pessoas a ponto de não aceitar determinadas coisas.
Sempre fingi.
Fingi tanto que acreditei não me importar.
E acreditando nisso perdi uma parte de mim. Uma parte determinante que me faz querer as coisas, cuidar das coisas que quero, além de qualquer impossibilidade que exista.
Mas hoje, sei lá, eu cansei! Chega de fingir pra manter tudo bem.
Antes uma vida completamente turbulenta do que essa falsa e mentirosa harmonia.

23.1.08

Duas Partes de Nós.

Você surge na minha frente com sua cara de sempre
sempre linda
sempre boba
Você surge como quem não quer nada além de me olhar
mas você quer tudo
e me faz querer tudo de você
Você faz o mundo girar ao contrário
como se possuísse toda essa força paranormal
como se o mundo fosse algo menor enquanto você tá aqui perto
Aqui perto
bem perto
tão perto que se confunde comigo
como se fossemos duas partes da mesma coisa
de uma coisa só
Nós dois
Nós e só.

21.1.08

O Novo Velho.

É bom estar em casa depois de 22 dias visitando o Sertão, o Mar, o Nordeste.
É bom usar seu banheiro, durmir em sua cama, ouvir o silêncio do seu quarto depois de 7 quartos em hotéis diferentes.
As coisas continuaram no mesmo lugar só esperando pra eu mudá-las de pratileiras.
É bom voltar e ver os olhos dele a menos de um centímetro dos meus. Depois de tanto tempo essa sensação cotidiana se tornou nova, e infinitivamente melhor.
É bom, pois tudo se torna novamente prazeroso.
Tudo que era velho se transforma em algo novo.

12.1.08

A Mãe e a Falta.

Eu não arrumo os sapatos desde que você foi embora.
Sei que mandou, mas eu não fiz. Eles tão lá, na maior bagunça do mundo, sujos e empilhados.
Eu não procurei aquele emprego que você circulou no jornal, ele parecia mesmo ideal , mas eu não tive vontade, ou não fiz só pra te contrariar.
Não abri as cartas que chegaram, não limpei a cozinha, nem fui mais pra faculdade. Tudo virou um caos sem você.
Eu nunca quis que você fosse. Sempre quis você do meu lado, se não deixei claro não foi por mal. Esse é meu jeito, o jeito que vc me criou, mãe. Esse jeito duro e detestável de quem não tem coragem de dizer um simples "te amo".
Não se preocupe com o cachorro, aposto que ele está lidando melhor com essa situação do que eu.
No mais, está tudo um caos. E juro que só arrumo tudo quando você voltar. Quando você me perdoar e disser que não vai mais me abandonar desse jeito.
Eu te amo, mãe. Desculpa nunca ter lhe dito isso antes!

11.1.08

A falta.

Todo dia eu acordo pensando em você. Pensando no dia que eu vou passar sem você. E por mais clichê que isso pareça, eu não gosto da vida assim. Falta algo, falta você. E se falta você, meu bem, me falta tudo!