22.12.10

Elogio 2.

"A Jéssica é um vulcão. Fica quetinha até o momento que se revela e entra em erupção".


Acho engraçado isso que as pessoas pensam de mim.

15.12.10

Elogio.

"Você é obscenamente inteligente", ele disse.
"Como?", perguntei sem entender.
"Obscenamente inteligente", ele repetiu.
Fiquei calada um tempo, tentando entender aquele elogio.
Confesso que gostei, mas até hoje não entendi direito o que ele quis dizer.

14.12.10

Coelho branco.

Nem lembro mais como é estar lúcida e não pensar em ti.
Você aparece em pensamentos corriqueiros, em longas reflexões.
Você surge repentinamente em minha frente a todo momento, como naquele dia. A multidão desapareceu, sobrou você.
Encontro imagens e vídeos sem procurar.
O mundo cria significados que sempre envolvem você.
Busco músicas novas e até nelas você aparece.

Olhei para o quintal, lá estava o coelho branco. Ele existe.
Cheguei a me perguntar se ele era real quando o vimos pela primeira vez.
O coelho continuou sua vida. Nós é que chegamos ao fim.

13.12.10

Perdas

Perder vc é perder muita coisa. É me perder também.

9.12.10

Amizade.

Tanto carinho assim, meu coração até suspira.
Obrigada aos queridos amigos que estão dando a maior força do mundo!
É bom sentir o amor vindo de todos os lados.

Decepção é quando alguém que você sempre pensou que seria um amparo desaparece.
Talvez eu tenha incomodado demais o seu sossego.
Obrigada pela força que você não tem dado, amigo. Isso revela muito sobre você!

8.12.10

Mundos distintos.



Penso no mundo que perdi.
As mãos, o calor, a carona de moto, as risadas, o carinho, o abraço, o beijo, a sensação, a alegria extrema, o choro feliz, a felicidade fácil, o colo aconchegante, o desabafo, o desejo, a compreensão, o cheiro, a sintonia...

Penso no mundo que se abriu pra mim.
O desconhecido, a expectativa, os desejos, as viagens, os beijos, os amigos, os carinhos, a experiência, o tempo, os lugares, as pessoas, os acordes, as sensações, os toques, os sons...

Tenho ido de uma ponta a outra o tempo inteiro.
Me pego feliz. Um segundo depois não estou mais.
Mudar é difícil demais. Fazer essa transição sem guerrear comigo mesma.
Preciso chorar tudo que tenho pra chorar pra depois sorrir sem medo. Me afastar pra depois poder ficar perto sem ter riscos de uma nova ferida.
Preciso odiar no primeiro momento pra depois ter um sentimento estável, um sentimento controlável.
Preciso odiar você, mas tenho medo que você me odeie.

Vou me jogar nesse mundo novo. Eu pertenço a ele agora. Essas possibilidades todas me pertencem.

Além da Máscara

As músicas contam para mim a minha própria história, me explicam o que sinto. Tudo fica mais claro.
Hoje acordei com Além da Máscara, do Pouca Vogal, na cabeça.
Era o meu inconsciente buscando entender o que se passa. Como minhas palavras não têm sido muito eficazes, ele busca nas palavras dos outros.
Se eu tivesse que definir o que sinto agora, usaria essas frases:


Agora que a terra é redonda
E o centro do universo é outro lugar
É hora de rever os planos
O mundo não é plano, não pára de girar
Agora que o tempo é relativo
Não há tempo perdido, não há tempo a perder

Num piscar de olhos tudo se transforma
Tá vendo? Já passou!
Mas ao mesmo tempo
Fica o sentimento
De um mundo sempre igual
Igual ao que já era
De onde menos se espera
Dali mesmo é que não vem

Agora que tudo está exposto
A máscara e o rosto trocam de lugar
Tô fora se esse é o caminho
Se a vida é um filme, eu não conheço diretor
Tô fora, sigo o meu caminho
Às vezes tô sozinho, quase sempre tô em paz

Num piscar de olhos tudo se transforma
Tá vendo? já passou!
Mas ao mesmo tempo
Esse mundo em movimento
Parece não mudar
É igual ao que já era
De onde menos se espera
Dali mesmo é que não vem

Visão de raio-x
O x dessa questão
É ver além da máscara
Além do que é sabido, além do que é sentido

7.12.10

O sussurro.

Eu olhei pra Lua, estava linda, do jeito que mais gosto de vê-la.
Olhei pra você e sorri.
Há tanto tempo essa cena se repetia, nunca me cansei de vivê-la.
Você me abraçou, me beijou e depois disse a coisa que mais poderia me machucar. Tal como Judas.
Seu sussurro no meu ouvido foi uma bala silenciosa.
Eu a senti no peito, mas na hora não doeu.
Minhas pernas ficaram dormentes.
Um turbilhão de palavras surgiram na mente, mas nenhuma conseguiu sair. Minha boca paralisou.
Por dois minutos não senti nada.
Até que dor veio aguda, repentina, cruel como você.
Agora ela está aqui, gritando em mim. Repetindo em alto e bom som o que eu bloqueava para não entrar em meus ouvidos.
Você me destruiu. Destruiu o que eu tinha pra te dar de mais bonito, de mais doce.
Aquilo que eu sentia já não te pertence mais.
Nunca pensei que seria tão difícil pra nós, que antes tornamos o amor em algo tão simples.

18.11.10

18 de novembro

Falta um minuto para o dia acabar.
Confesso que não foi assim que eu o imaginei.


16.11.10

Vai saber.

 Tem dias que é tão difícil me conter.



15.11.10

Palavras.

Eu escolhi trabalhar com palavras.
Por conta disso, os acontecimentos só parecem ter sentido quando o texto está pronto, quando não falta nenhuma linha. Deve estar coeso e coerente, sem dar margem a interpretações erradas.
Mas eu estava a caminho de casa quando percebi que palavras nem sempre são suficientes.
Então a agonia por não conseguir entender nem explicar o que sinto sumiu.
Por que verbalizar tudo?
A vida não se resume em letras, palavras, frases, parágrafos.
Quando entendi isso, meu coração sossegou.
Eu já não precisava mais buscar lógica nos meus sentimentos.
Bastava sentí-los e deixá-los ser.
Aceitar essa complexidade me ajudou a tornar as coisas mais simples.

11.11.10

Acordar.

Acordo com Katherine Kiss Me do Franz Ferdinand tocando no meu ouvido. Desligo o despertador antes que Alex Kapranos comece a cantar. Não é que eu não goste da voz dele nem nada disso. É só que odeio qualquer som que me acorde e diga pra eu ir para a faculdade, quando, na verdade, eu preferia explodir o lugar e voltar para a minha cama quentinha. Odeio qualquer coisa que me traga de volta à realidade.

Eu rolo no colchão, de um lado pro outro, tentando não cair na tentação de mandar o mundo pras cucuias. Olho pro lado e vejo o mural que agora só tem fotos minhas. Lembro de tudo que tem acontecido e sinto raiva daquelas imagens: eu feliz, sorrindo daquele jeito às 6 horas da manhã, depois de tudo que aconteceu! Tirei as fotos dele de lá, mas sei quem apertou o botão da câmera em todos os meus retratos, sei para quem meu olhar sorria. Sinto como se aquelas fotos estivessem debochando de mim.

Enfim, eu levanto. Levanto porque o mundo não pára, porque a vida exige que eu continue, firme como não sou. Levanto, mas preferia continuar deitada, porque é bem mais fácil, porque não requer de mim a força que eu não tenho. Levanto pra parecer menos sozinha, pra ter ao meu redor pessoas que eu não queria. Levanto porque tenho pernas, só por isso.

Tem sido cansativo acordar pra esse mundo. Queria tanto dormir só mais um poquinho.

6.11.10

Mente vs. Corpo.

Você chega e eu nunca sei como agir.
Meu corpo cria autonomia e age por si só, com as próprias vontades, sem se importar em saber se eu aprovo.
Enxergo seu sorriso e não sei o que pensar.
Meu rosto sorri automaticamente, inebriado de felicidade por você estar por perto, por você estar feliz.
Ouço sua voz entrar suave pelos meus ouvidos e não sei o que dizer.
Minha boca se cala, te beija.
Sinto sua pele e não me pertenço mais.
Meu corpo me vence, me convence.
Eu me rendo a mim mesma. Me rendo a você.

29.10.10

Perguntas.

Desde quando você se tornou um enigma?
Foi de repente ou eu fui tonta demais para perceber?
O que antes era um sentimento bom está se transformando em aflição.
Qual é o sentido da vida assim?
Qual o sentido em gostar de alguém e não poder lhe entregar esse amor?
Eu não tenho paz.
Sem você sou só dúvidas.
Sem você eu não caibo em mim, amor.

19.10.10

O anel.

"Difícil é aceitar quando as coisas não existem mais 
O vazio que se sente, permanece e parece não te abandonar
Nesse dia em que tudo parecia perfeito
Eu percebi que o mundo que eu não imaginava
Sempre esteve ali"
[Cartas de Amor]

Hoje eu não usei o anel. Pela primeira vez adimiti o nosso fim. Pela primeira vez percebi que o nosso caminho não é mais paralelo e que a distância está ficando grande demais para suportar. Hoje eu busquei força dentro de mim e encontrei a força que você me ensinou a ter. Encontrei a mulher que você ajudou a construir e que agora já não te é suficiente.

Sinto medo do mundo sem você. Mas é nesse mundo que eu vou viver agora: sem seu carinho, sem seu apoio, sem seu amor. Eu nunca acreditei, mas existe um mundo sem seu amor. E hoje ele me parece terrível, mas sei que um dia vou me acostumar a viver nele. O mundo onde aquele anel é apenas uma lembrança.

Me espanto com a força que eu tenho tido. Não sei de onde ela vem, mas me mantém em pé. Você iria se orgulhar de mim. Mas você não está aqui. Eu estou sozinha. Eu e meu amor.

18.10.10

Aflição.

Andei pensando em como as coisas estão.
Andei sentindo medo das minhas próprias escolhas.
Fico aflita sem o teu abraço.
Mas sinto que estamos no lugar errado.

Vem acabar com essa angústia, porque eu já não tenho forças.
Vem, porque quando você está comigo o mundo se acalma e tudo vira paz.

30.9.10

Ele não vem.


Ela ficou esperando, pronta para perdoá-lo.
Mas ele não apareceu.

Isso de gostar das pessoas é a melhor e a pior coisa que pode acontecer a alguém.

23.9.10

Me apaixonei.

Estava tirando-o do carro, antes da aula de judô, quando perguntei:
- Você deixa eu te ver lutando?
E ele respondeu sem pensar nem um instantezinho:
- Eu deixo qualquer coisa pra você ficar comigo.
Meu coração derreteu!
Ele só tem três anos e já faz eu me apaixonar desse jeito.

13.8.10

Irrealidade.

http://www.flickr.com/photos/brunomassao


Faltam 20 minutos para o meio dia. Há pouco eu ainda estava na cama. Rolava de um lado para o outro, tentando distinguir a realidade do sonho. Não importava, ambos tinham um peso enorme sobre mim, como um fardo. Não consigo entender o porquê.

Dormi às 3 horas da madrugada, uma coisa incomum. Mas tive uma razão: li metade de um livro como quem precisa prever o futuro, os próximos acontecimentos. Quando percebi estava no epílogo, descobrindo as razões do personagem para agir de forma tão apaixonada e ao mesmo tempo abdicar dessa paixão, como se fosse um ser superior aos outros. É o tipo de história que não tem lugar na vida real. Uma pena.

Por causa da alta dose do romance inserida no meu cérebro, acordei narrando meu dia. Ri de mim mesma ao perceber isso. Eu gosto de narrativas. Fico imaginando como colocaria no papel tudo que acontece ao redor.

Hoje é Dia do Pensamento. Portanto, tenho liberdade para imaginar o que quiser. Devo fazer isso para comemorar a data. Pensar me faz flutuar entre as mais absurdas idéias, mas o peso do dia me faz fincar os pés no chão. Hoje, eu não queria estar presa a esse mundo.

Não sei ao certo, mas acho que ainda estou sonhando. O dia está muito irreal para ser realidade.

2.8.10

Segunda incomum.

É segunda-feira e, como de praxe, luto contra meu corpo e minha mente para levantar da cama. Logo traço a segunda batalha, dessa vez contra o tempo. Atrasos não são muito apreciados nesse mundo.

Entro no carro, ligo o som e por acaso ouço: “Esse é só o começo do fim da nossa vida. Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar”.

Depois disso, esqueço que é segunda-feira. Driblo engarrafamentos sem notar. Nem me irrito com os mal-humorados que deixam a educação em casa e sigo em frente, sem pesar.

É segunda-feira e estou bem. O dia só começou, que sorte!

12.7.10

Nem fé nem santo.

"Vou caminhando, vou ver o sol se pôr.
Eu vou na calmaria, até onde eu não queria.
E vou andando, vou vendo o sol e a cor.
Já canso de apagar. Imploro pra poder voar"


Tem dias que andar de carro ouvindo música traz uma felicidade tremenda.
É assim.. quando não há engarrafamento.. quando o sol está desenhado no céu e os borrões de nuvens  transformam tudo numa obra de arte.
Meus olhos acham o mundo tão bonito e tudo de bom que me acontece vem como uma onda dessas que derrubam a gente no mar.

Esses momentos parecem até imagens de filme.
O que torna a trilha sonora mais do que essencial.
Há uma música que quase sempre me faz ficar assim, feliz: Nem fé nem santo, da Mallu Magalhães.Por acaso, ela registra bem o que estou vivendo agora.

Quando penso na minha vida, vem um monte de imagens.
Algumas, tive a sorte de registrar e assim a memória não esquecerá nunca.
Então juntei tudo numa coisa só pra que vocês entendam.
É desse tipo de felicidade que eu estou falando:



11.7.10

(Sem) Agenda.

Minha agenda está marcada no dia 21 de junho. Como se a vida tivesse parado ali. Não que esse dia represente algo importante. Nem há nada escrito nele. Simplesmente parou ali por que parei de contar. Assim como quem não se importa com o tempo.

Ando sem grandes obrigações ultimamente. Acordo porque acho que devo aproveitar o dia de alguma forma. Mas se continuar dormindo não atrapalhará no andamento do mundo. A vida assim, sem obrigações, é muito boa. Mas a inércia me mantém parada, me fazendo descumprir os acordos que fiz comigo mesma quando era muito ocupada. No fim do dia não fiz nem metade do que me propus a fazer no início.

Esse descanso todo às vezes me cansa. Essa calmaria me atordoa. Talvez seja por isso que tenho cometido algumas loucuras. Talvez seja a busca de uma emoção maior, de um movimento neste mar calmo. É bem verdade que estou bem. Nem sempre satisfeita, mas bem.

O único problema de ficar longe do mundo é que acabo muito perto de mim mesma. E embora isso ajude muito, já que me aproximo do que realmente sou, fica o risco de cansar de algo que não posso descansar.

Vou atualizar a agenda, anotar minhas vontades e cumprir cada uma como se fossem obrigações. Afinal de conta, devo contas a mim mesma. Não dá pra simplesmente me ignorar.

18.5.10

Sossega, coração!

 Getty Images

Meu coração, inquieto e indeciso, perdeu a sintonia com minha mente.
Saiu pra dar uma volta e se perdeu pelo caminho.
Sabe que quer voltar pra casa. Mas gosta de se sentir livre, sem rumo.
Esse coração teimoso que, volta e meia, desobedece minhas ordens.
Mas sempre volta. E quando volta, aparece todo machucado e sujo.

Sossega, coração!
Você bem sabe que as conseqüências de seus atos insensatos caem sobre mim.
E eu fico com você na mão, sem saber em qual direção lançá-lo.

14.5.10

O personagem que me traiu.

A história era legal, mas enquanto eu lia meu coração começou a disparar.
Era você vivendo um personagem. Mas ainda assim era você.
Quando percebi isso, senti medo.
Então li mais rápido para ver onde todo aquele diálogo levaria.
E se fosse a um beijo?
O ar faltava, a mão suava, o coração pulsava em descompasso.
Pulei algumas falas pra encontrar o final e lá estava. O final cruel demais pra mim.
Era um beijo no pescoço, mas ainda sim era um beijo.
Havia contato. A sua imagem beijando o pescoço de outra doeu demais em mim.
Não era mais o personagem. Simplesmente, era você com outra. Assim, sem atuação, nem interpretação.
Você não é ator e nunca me disse que queria ser.
E eu não fui treinada pra isso. Minha mente não consegue distinguir você do personagem.
É seu rosto, seu corpo. Sua boca no pescoço de outra.
Sei que o que sinto é irracional, ainda mais pra mim, que nem sou tão ciumenta.
Mas dessa vez você encontrou o jeito certo de me tirar a paz.
É porque assim como você, amor, não sou atriz.
Sou incapaz de fingir que não sinto algo que está pulsando em mim.

20.4.10

Retrovisor.

Jéssica Raphaela

Há pouco me achava forte para certas coisas.
As experiências (não que sejam tantas) e os escorregões que levei por aí  me fizeram acreditar que nunca mais cairia de novo.
Mas sempre caio. Da forma mais patética possível.
Olho pelo retrovisor e debocho de mim mesma.
Depois retorno pelo mesmo caminho tortuoso.

Agora me vejo sem controle.
Um carro desgovernado prestes a cair no abismo.
É culpa dessa velocidade toda.
O frio na barriga.
O mundo passando rápido.
Já me disseram que o perigo é viciante.
Acho que dessa vez me apeguei a ele.
Logo eu, que morro de medo de vícios!

14.4.10

Manhã.


Jéssica Raphaela

Acordei um tanto mais tarde do que quando tenho aula e um tanto mais cedo do que quando fico em casa de bobeira.
Mal retornei à consciência e um monte de pensamentos veio a mente.
Obrigações, coisas que eu tinha que resolver logo.
Comi um pão e tomei café com leite, sozinha, como de costume.
Fui para o computador e logo fiz tudo que tinha que fazer.
Ouvi a música Her morning elegance, de Oren Lavie, que uma amiga me passou.
Senti felicidade por estar onde eu estava.
Baixei o cd inteiro, The Opposite Side of the Sea. Queria saborear mais aquela sensação.
É uma tristeza que te faz sorrir. Uma sensação estranhamente boa.
Resolvi que faria meu almoço ao som de Oren.
Nada de miojo ou restaurantes perto do jornal onde trabalho.
Fiz um arroz cheio de coisas dentro. Foi legal cozinhar. Pena que o tempero ficou fraco.
Vou tomar um banho, daqueles que lavam a alma, daqueles que te fazem dançar de baixo d'água.
Por que hoje eu estou bem. Acho que mereço me sentir.
Essa manhã valeu mais do que todos esses dias que passaram.
Me esqueço o quanto é bom me fazer companhia, assim por prazer.
Geralmente me sinto obrigada a estar comigo mesma.
 
Que leveza! Se bater um vento é capaz de eu sair flutuando por aí.



4.4.10

Mundo cheio de nada.

Dias e dias, me sinto cansada.
Me vejo andando em uma via paralela à que eu queria estar.
Uma hora elas se afastam e não terei mais como ir ao meu destino.

Tento me organizar: anoto desejos, agendo compromissos.
Mas isso me foge.
Passa uma semana, e os desejos continuam sendo apenas desejos.
Passa outra, perdi os compromissos.
É muita gente, muitas obrigações, muita pressão.
Do outro lado, estou eu, me cobrando felicidade, realização; estou eu me decepcionando.

Dias e dias, e muito cansaço.
Que mundo enorme esse, que de tão grande não me deixa encontrar meu canto.

16.2.10

No ar.

A noite está quente.
O único vento que bate é de tristeza.
Ela tá por aí, no ar.
Espero que ela vá de uma janela para a outra.
É porque hoje ela não é bem vinda aqui dentro.

8.2.10

De dentro (sem edição).

Já não suporto mais.
Não tenho certeza nem das minhas próprias dúvidas.
Tudo me afeta e tento me manter em pé.
Me torno apática.
Finjo que não vejo.
Imagino o que já é real.
A mesmice. Essa inquietação.
O desagrado.
A velocidade não me deixa enxergar, não posso sentir.
Já não entendo mais nem de mim.
Do que sinto.
Do que quero.
Mantenho o peso do mundo sobre meus ombros que é pra não flutuar.
Me sinto só.
Não sinto mais.
Já não suporto não entender.
Assim como isso aqui, nada faz sentido.
Não tenho sentido.
Mas isso não importa.
Apenas me importa.