16.2.10

No ar.

A noite está quente.
O único vento que bate é de tristeza.
Ela tá por aí, no ar.
Espero que ela vá de uma janela para a outra.
É porque hoje ela não é bem vinda aqui dentro.

8.2.10

De dentro (sem edição).

Já não suporto mais.
Não tenho certeza nem das minhas próprias dúvidas.
Tudo me afeta e tento me manter em pé.
Me torno apática.
Finjo que não vejo.
Imagino o que já é real.
A mesmice. Essa inquietação.
O desagrado.
A velocidade não me deixa enxergar, não posso sentir.
Já não entendo mais nem de mim.
Do que sinto.
Do que quero.
Mantenho o peso do mundo sobre meus ombros que é pra não flutuar.
Me sinto só.
Não sinto mais.
Já não suporto não entender.
Assim como isso aqui, nada faz sentido.
Não tenho sentido.
Mas isso não importa.
Apenas me importa.