18.5.10

Sossega, coração!

 Getty Images

Meu coração, inquieto e indeciso, perdeu a sintonia com minha mente.
Saiu pra dar uma volta e se perdeu pelo caminho.
Sabe que quer voltar pra casa. Mas gosta de se sentir livre, sem rumo.
Esse coração teimoso que, volta e meia, desobedece minhas ordens.
Mas sempre volta. E quando volta, aparece todo machucado e sujo.

Sossega, coração!
Você bem sabe que as conseqüências de seus atos insensatos caem sobre mim.
E eu fico com você na mão, sem saber em qual direção lançá-lo.

14.5.10

O personagem que me traiu.

A história era legal, mas enquanto eu lia meu coração começou a disparar.
Era você vivendo um personagem. Mas ainda assim era você.
Quando percebi isso, senti medo.
Então li mais rápido para ver onde todo aquele diálogo levaria.
E se fosse a um beijo?
O ar faltava, a mão suava, o coração pulsava em descompasso.
Pulei algumas falas pra encontrar o final e lá estava. O final cruel demais pra mim.
Era um beijo no pescoço, mas ainda sim era um beijo.
Havia contato. A sua imagem beijando o pescoço de outra doeu demais em mim.
Não era mais o personagem. Simplesmente, era você com outra. Assim, sem atuação, nem interpretação.
Você não é ator e nunca me disse que queria ser.
E eu não fui treinada pra isso. Minha mente não consegue distinguir você do personagem.
É seu rosto, seu corpo. Sua boca no pescoço de outra.
Sei que o que sinto é irracional, ainda mais pra mim, que nem sou tão ciumenta.
Mas dessa vez você encontrou o jeito certo de me tirar a paz.
É porque assim como você, amor, não sou atriz.
Sou incapaz de fingir que não sinto algo que está pulsando em mim.