18.11.10

18 de novembro

Falta um minuto para o dia acabar.
Confesso que não foi assim que eu o imaginei.


16.11.10

Vai saber.

 Tem dias que é tão difícil me conter.



15.11.10

Palavras.

Eu escolhi trabalhar com palavras.
Por conta disso, os acontecimentos só parecem ter sentido quando o texto está pronto, quando não falta nenhuma linha. Deve estar coeso e coerente, sem dar margem a interpretações erradas.
Mas eu estava a caminho de casa quando percebi que palavras nem sempre são suficientes.
Então a agonia por não conseguir entender nem explicar o que sinto sumiu.
Por que verbalizar tudo?
A vida não se resume em letras, palavras, frases, parágrafos.
Quando entendi isso, meu coração sossegou.
Eu já não precisava mais buscar lógica nos meus sentimentos.
Bastava sentí-los e deixá-los ser.
Aceitar essa complexidade me ajudou a tornar as coisas mais simples.

11.11.10

Acordar.

Acordo com Katherine Kiss Me do Franz Ferdinand tocando no meu ouvido. Desligo o despertador antes que Alex Kapranos comece a cantar. Não é que eu não goste da voz dele nem nada disso. É só que odeio qualquer som que me acorde e diga pra eu ir para a faculdade, quando, na verdade, eu preferia explodir o lugar e voltar para a minha cama quentinha. Odeio qualquer coisa que me traga de volta à realidade.

Eu rolo no colchão, de um lado pro outro, tentando não cair na tentação de mandar o mundo pras cucuias. Olho pro lado e vejo o mural que agora só tem fotos minhas. Lembro de tudo que tem acontecido e sinto raiva daquelas imagens: eu feliz, sorrindo daquele jeito às 6 horas da manhã, depois de tudo que aconteceu! Tirei as fotos dele de lá, mas sei quem apertou o botão da câmera em todos os meus retratos, sei para quem meu olhar sorria. Sinto como se aquelas fotos estivessem debochando de mim.

Enfim, eu levanto. Levanto porque o mundo não pára, porque a vida exige que eu continue, firme como não sou. Levanto, mas preferia continuar deitada, porque é bem mais fácil, porque não requer de mim a força que eu não tenho. Levanto pra parecer menos sozinha, pra ter ao meu redor pessoas que eu não queria. Levanto porque tenho pernas, só por isso.

Tem sido cansativo acordar pra esse mundo. Queria tanto dormir só mais um poquinho.

6.11.10

Mente vs. Corpo.

Você chega e eu nunca sei como agir.
Meu corpo cria autonomia e age por si só, com as próprias vontades, sem se importar em saber se eu aprovo.
Enxergo seu sorriso e não sei o que pensar.
Meu rosto sorri automaticamente, inebriado de felicidade por você estar por perto, por você estar feliz.
Ouço sua voz entrar suave pelos meus ouvidos e não sei o que dizer.
Minha boca se cala, te beija.
Sinto sua pele e não me pertenço mais.
Meu corpo me vence, me convence.
Eu me rendo a mim mesma. Me rendo a você.