30.11.11

Do mar.

Às vezes, ouço o som do mar no pensamento. Sinto o cheiro, a brisa. Às vezes, mergulho na lembrança. Passeio de bicicleta na vontade. Caminho na calçada à beira do desejo. A areia nos pés, às vezes sinto, e sinto com força, sinto com a força de quem prevê um futuro querido.

Querido sim, e é duro assumir. A menina do Cerrado cansou do Planalto Central. Ou o Planalto Central cansou dela, não se sabe bem. A questão é que o velho amante que ser esposo e o atual esposo já não faz tanta questão do posto. O relacionamento está complicado.

Meu casamento de 22 anos com Brasília está ruindo, enquanto a paixão pelo litoral pega fogo aqui dentro. São os sussurros ao pé do ouvido, esse som acaba comigo. Se o mar me quiser, é pra lá que vou. E vou com gosto.

Sem dizer adeus.

Sem Dizer Adeus by Moska on Grooveshark


Eu
Chorei até ficar debaixo d'água
Submerso por você
Gritei até perder o ar
Que eu já nem tinha pra sobreviver (Eu andei...)
Eu
Andei até chegar no último lugar
Pisado por alguém
Só pra poder provar
O que era estar depois do final do além (Eu andei...)
E cheguei exatamente onde algum dia
Você disse que partia pra nunca mais voltar
E eu já estava lá a te esperar sem dizer adeus
Eu
Fiquei sozinho até pensar
Que estar sozinho é achar que tem alguém
Já me esqueci do que não fiz
O que farei pra te esquecer também?
Se eu não sei o nome do que sinto
Não tem nome que domine o meu querer
Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passo que eu dei (Eu andei...)

27.11.11

Você me bagunça.

Você me bagunça by O Teatro Mágico on Grooveshark

Você me bagunça e tumultua tudo em mim
Essa moça ousa, musa, abusa de todo meu sim
Você me bagunça e tumultua tudo em mim
E ainda joga baixo, eu acho, nem sei,
Só sei que foi assim

Assimila, dissimula, afronta, apronta, diz: "carrega-me nos abraços"
Lapida-me a pedra bruta, insulta, assalta-me os textos, os traços
Me desapropria o rumo, o prumo, juro me padeço com você
Me desassossega, rega a alma, roga a calma em minha travessia
Outro "porquê"

Parece que o coração carece e diz: "pára!" Silencia.
Se embrulha e se embaralha,
Reconsiderar o ar, o andar , nossa absolvição, a escuta e a fala
Nos amorizar o dia, fio, corredor, a calçada, o passeio e a sala
Se perder sem se podar e se importar comigo
Aprender você sem te prender comigo

Difícil precisar quanto preciso

25.11.11

Chuva II.

Olha o céu vermelho, chorando mais uma vez.
Não sei quem chora mais, se é ele ou se sou eu.

20.11.11

Eu te amo.

Ops... escapou!

15.11.11

Do casório.


www.wildflowersphotos.com

Eu vou casar com um buquê de girassol na mão. E da igreja pra festa, que vai ser ao ar livre pro pôr do sol ajudar na decoração, vou subir na moto do meu futuro marido. Vai ser um casamento bonito!

14.11.11

Do grito.

Aí surge essa vontade louca de gritar que te amo.

12.11.11

Das reflexões de uma sexta à noite.


Chego em casa, tudo escuro. Fecho a porta do quarto, tiro a roupa e reflito sobre o dia, sobre a vida. Tanta coisa acontecendo e, ao mesmo tempo, não saio do lugar. É como naquelas cenas cinematográficas, quando o mundo se movimenta numa velocidade acelerada e o personagem, por sua vez, fica lá, parado.

Os dias voam, mas ando tão devagar no meio deles que a sensação é a de que não passam. Faço algo pela manhã de um dia qualquer e à tarde tenho a impressão de que o acontecido foi há dois dias.

O tempo nunca caminhou de forma tão irregular na minha vida, a passos largos, em câmera lenta, voando a jato...  Um verdadeiro barco à vela em alto mar, oscilando entre tempestade e calmaria, num período de 24 horas.

E assim sigo. Cama bagunçada, o violão no meu lugar de descanso, roupas no chão. Tento me encontrar nessa zona toda, mas me perco a cada minuto. A vontade é de fugir de mim. Sabe quando você fica muito tempo com uma pessoa e, de repente, não a suporta mais? Então... Tenho passado tempo demais comigo mesma. Preciso de férias, férias de mim.

10.11.11

Do coração.


No meu peito bate um coração sincero. É certo que às vezes mente, às vezes age sem pensar e acaba fazendo besteira. Mas a meta dele é acertar, não perder o compasso, é acertar o fluxo e manter o controle.

Ele é musicado, meu coração. Dança um sambinha nas batidas que ressoam pelo corpo. Quando entra em descompasso, parece jazz. Quando a tristeza bate, toca um choro daqueles bem tristes. Na felicidade, se torna uma virada de bateria de um rock`n`roll.

Esse coração que me controla. Tem nome e dono. Tem preferência pela vida. Composto de amor. Esse coração audacioso, que sempre me deixa sem graça, que corre pro furacão em busca de calmaria. Coração maluco. Sabe o que sente, mas faz questão de manter segredo.

3.11.11

Da batalha contra as formigas.

Há uns meses, vi uma formiga bem grande no meu banheiro. Pensei: "deixa ela.. deve estar perdida". Então, deixei. No outro dia, a formiga voltou. Tenho quase certeza de não ser a mesma, mas não sei porque razão cismei que era. A deixei inteira mais uma vez, comecei até a criar uma certa relação carinhosa com ela. Seguiram-se dias da mesma forma. De repente, minha formiga aparece com duas amigas. "Pô", pensei, "tá começando a abusar!". Mas passou.

No outro dia, tinha uma comunidade de formigas no meu banheiro! Elas estavam em todos os lugares, as malditas! Me senti traída. Aquela primeira formiga devia ser a exploradora. Deve ter pensado: "essa humana aí é inofensiva. Vamos invadir e tomar o território dela". Eu não tinha muito o que fazer. Comecei a matá-las indiscriminadamente. Era chinelada para todos os lados. Eu tinha que defender meu terreno, me entenda!

O pior, é que depois da matança, ao entrar no banheiro, tinha formigas vivas carregando as mortas. Devia ser para o funeral. A data deve ter se tornado feriado no mundo das formigas. 

Fiz isso por mais uma semana, mais ou menos, até que elas foram evacuando o local.

Pra última, eu disse: "Vá, e avise suas amigas que vocês não são bem-vindas nesse banheiro".

Ela foi e nunca mais voltou.

Eu venci. Há!