21.4.12

Céu, Brasília e afins.



O céu. É ele que me motiva a existir no lugar onde sou.
Parabéns, Brasília.
Você é realmente linda!

18.4.12

É fácil pra você.

Para mim, não é.

16.4.12

Dos dias sem propósito.

Sabe aqueles dias sem propósitos? As horas passam lentamente para resultarem em nada importante. Tenho tido vários deles. Se agrupam em semanas. São as semanas sem função alguma. Você só tem que esperar para que a sexta-feira chegue e você finalmente se sinta menos só do que nos chamados ‘dias úteis’. Úteis para quem mesmo? Para mim é que não têm sido.

Hoje é segunda. O início de mais um ciclo vazio, que vai de nada a lugar nenhum. Faço uma lista de coisas a resolver nos ‘dias úteis’ que se seguem. A cabeça dói. O estômago embrulha. Meu corpo já sente que tempo demais é o mesmo que tempo nenhum. É como quando você coloca a cabeça para fora da janela do carro. Muito vento na cara. Ar em excesso. E o que acontece? Você não consegue respirar. É oxigênio demais para entrar nos seus pulmões.

As horas se acumulam como areia em uma ampulheta infinda. Cada grão cai lentamente, sem pressa de ser. Eu mergulho no tempo, ou melhor, sou jogada nesse mar de horas, sem escolha. E lá fico, inerte.

11.4.12


Monstros imaginários.

Não quero ser responsável pelos seus monstros imaginários.
Não quero.

10.4.12

São Paulo

Foto: Jéssica Raphaela


Foi andando pela Avenida Paulista que pensei no tanto de possibilidades que aquela cidade me oferecia. Foi ali, naquele ponto central, que eu quis chacoalhar a vida de um jeito que tudo mudasse. Soprar forte para que as coisas fracas voassem longe e que as fortes ficassem em seu devido lugar.

São Paulo me trouxe um ar de nostalgia. Mas nostalgia por algo que eu queria estar vivendo. É como se em um universo paralelo eu morasse lá. Aproveitasse as baladas da Augusta. Andasse pelo Parque Ibirapuera nos fins de semana. Trabalhasse feito louca de segunda a sexta. É como se lá eu fosse mais engajada na vida, se é que você me entende.

Aquele céu cinza nunca foi o que desejei pra mim. Mas, estranhamente, olhei pra cima e me senti parte de algo. Os prédios enormes. As pessoas andando. Carros, barulho. Vi beleza naquilo. Me senti pequena, sim. Mas me senti parte de uma coisa grande também. E foi bom sentir isso.

Sei que a grama do vizinho sempre é mais verde. Mas ando precisando pisar nela, senti-la nos meus pés pra ver se é diferente do que parece ser. Ando com umas ideias na cabeça e umas vontades no peito. Pernas prontas para andar, olhos no horizonte. Se me empurrarem, eu vou. O ideal era que eu mesma tomasse impulso. Veremos.

3.4.12

O trovão.

Está chovendo forte lá fora. Gosto do som das gotas batendo na janela. A chuva traz uma sensação triste, mas, ao mesmo tempo, boa. É como se o mundo mostrasse respeito por você não estar lá tão feliz.

O mundo gira rápido demais. Ultimamente, tem ultrapassado a velocidade permitida da via. Não tem sido uma zona segura e não sei por onde guiar meu carro. Dou voltas. E sinto que não chego a lugar nenhum.  Uma hora de cabeça pra cima, noutra de cabeça pra baixo.

Os raios fotografam-me sentada aqui na cama, do lado de dentro da janela. Os trovões são a voz do meu interior. Não entendo o idioma. Mas presto atenção. Deve ser algo realmente importante.

"O que você quer de mim, mundo?", grito quando o desespero bate.

"O QUE VOCÊ QUER DE MIM?".

Um violento trovão responde.

Não consigo decifrar a mensagem.

Sigo, na chuva, no meu silêncio.